terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ievan Polkka e etc.

- Amor, eu quero ser um boladão da polka!


Estávamos vendo youtube, comentando futulidades sobre polkas e romances russos. Comentei, num paralelo absurdo que, na época do livro, os boladões da rua, os jovens malvados dançavam a polka, como o funk de hoje. A polka dos vagabundos... Você imagina boladões dançando polka?
Fui largada de canto. Quando voltou, em trajes coloridos e bigodes torcidos, estufado em postura imperativa, "Decidi! Amor, eu quero ser um boladão da polka!"


Perdi o marido naquele minuto. Saiu pela porta, sem olhar pra trás, com outros cossacos arrebanhados por ele. O bando ficou famoso, enfrentando pagodeiros e outras subtribos dos submundos. Os programas locais noticiavam as polkas como antro de drogas e confusão, em reportagens toscas, que frequentemente descambavam pro escracho e acabavam satirizadas nos programas de humor. Juízes proibiram a polka, o MP liberou. A polícia perseguia qualquer um que mantivesse a barba maior que 2cm, ou usasse os bigodes torcidos. Enquanto ringtones de polkas de conteúdo ofensivo perturbavam todas as escolas e ônibus lotados, a vida se sucedeu, mais curta pros boladões da polka, mais longa pros crentes, dizimistas e bons pagadores, e continuava a merma merda pros fudidos.


E eu acordei.

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